A Voz Inabalável na Luta por Direitos Fundamentais
A autoridade de Shirin Ebadi é forjada no desafio e na superação. Licenciada em Direito pela Universidade de Teerão, ela fez história em 1974 ao se tornar a primeira mulher iraniana a exercer o cargo de juíza, chegando a presidir o tribunal da capital. Seu trabalho incansável culminou com o reconhecimento global em 2003, quando se tornou a primeira mulher muçulmana e iraniana a receber o Prêmio Nobel da Paz por seus esforços em prol da democracia e dos direitos humanos.
O princípio que Shirin Ebadi defende é a conciliação inegociável do Islão com os Direitos Fundamentais e universais. Sua crença na resistência pacífica transformou-a em uma ativista veemente, especialmente após ser forçada a abandonar a magistratura em 1979, quando o novo regime teocrático considerou a função “incompatível com o caráter demasiado emocional das mulheres”. Esse ato de exclusão solidificou sua missão: dedicar a vida à defesa do estatuto da mulher e da criança contra um sistema patriarcal que as discrimina.
Desde então, ela tem atuado como advogada de dissidentes perseguidos e liberais, e como professora de Direito na Universidade de Teerão. Seu trabalho prático inclui a fundação da “Associação de Apoio para os Direitos de Crianças” e a luta incansável pela mudança nas leis de divórcio e herança. Sua coragem pessoal é inegável: ela investigou e denunciou mortes de intelectuais e incidentes universitários, tendo sido presa por duas vezes e proibida de exercer a advocacia por um longo período de cinco anos.
Em suas palestras, Shirin Ebadi oferece um testemunho poderoso sobre a resiliência, a importância da mobilização civil (como demonstrado em sua influência na eleição de 1997) e a necessidade de reformar as estruturas de poder. Ela detalha como o combate pelos direitos humanos deve ser travado pelo próprio povo, apresentando um case study vivo sobre empoderamento feminino e o papel da sociedade civil na promoção da democracia, mesmo sob forte repressão e ódio dos conservadores.
